Uma é acreditar que não existe milagre. A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
terça-feira, 10 de abril de 2012
Curiosidades
- Há 35 milhões de anos erupções vulcânicas sob o Atlântico forma a ilha.
- Século XV, os Portugueses iniciam as descobertas marítimas.
- Em 1418 o navegador "João Gonçalves Zarco" descobre o arquipélago.
1419-1420: - A coroa portuguesa reivindica a ilha:
- "Zarco" é nomeado Co-governador da Madeira com "Tristão Vaz Teixeira" e "Bartolomeu Perestrelo" governador de Porto Santo."
- Início da colonização e das obras na ilha.
- De 1420 até 1427, um incêndio mal controlado para desbravar a terra, queimará vários hectares de floresta. Mas a terra de origem vulcânica, a água em abundância e as cinzas (como adubos) permitem assim obter uma terra muito fértil para as culturas. Os Portugueses decidem então fazer vir a cana-de-açúcar da Itália e a vinha (videira de Malvoisie) da Creta. As colheitas são muito frutuosas.
- Em 1478, "Cristóvão Colombo" navega até a Madeira para comprar açúcar. Encontra a filha do governador de Porto Santo e a esposa. Conta-se que é graça à sua estadia na ilha que "Colombo" aprendeu a navegar e conhecer o oceano. Diz-se também que é aqui que teria tido a ideia de empreender a sua viagem em 1492.
- Em 1566, o corsário francês "Bertrand de Montluc" atinge o porto do Funchal com uma armada 11 galeões e 1300 homens. Faz reinar o terror durante 16 dias, pilha a ilha, destrói as reservas de açúcar e mata 300 madeirenses.
- Em 1580, quando o rei de Espanha "Filipe II" proclama-se rei de Portugal, a Madeira torna-se possa espanhola durante 60 anos.
- Durante o século XVI, a Madeira perde a sua dominação sobre a indústria da cana-de-açúcar em proveito do Brasil.
- Em 1662, "Carlos II" de Inglaterra casa com "Catarina de Bragança". Uma das cláusulas do contrato do casamento permite ao Carlos II de possuir a ilha. O vinho da Madeira passa a ser o único vinho autorizado a ser exportado para as colónias americanas, com a condição que seja sobre navios ingleses. Este privilégio irá atrair muitos Ingleses sobre a ilha, tanto que se formaram verdadeiras dinastias: o "Blandy" e o "Leacock". Em 1800 exportações calculavam-se as 9 milhões de garrafas por ano.
- Em 1801 tropas ingleses desembarcam sobre a ilha para a proteger de uma eventual invasão francesa, mas retiraram-se após o tratado Amiens em 1802.
- Em 1807 o tratado é comprometido e as tropas ingleses regressam até 1814.
- Em 1852, 90% dos vinhedos são destruídos.
- Em 1856, a cólera faz cerca de 7000 vítimas.
- Em 1873, o phylloxera destrói o resto das plantações.
- Em 1916, Portugal entra em guerra (1ª guerra mundial). Em Dezembro, o Funchal, devido à sua posição estratégica, é bombardeado pelos alemães.
- Meados do século XX, a Madeira começa a desenvolver a sua indústria turística atraindo uma clientela rica e aristocrática. O célebre hotel "Reids" abre em 1890 e uma linha de hidroavião é instaurada à partida de Lisboa desde 1921. A ilha ganhou as suas cartas de nobreza, quando o último imperador austro-húngaro, "Carlos 1" da Áustria ("Carlos IV" da Hungria), escolhe a ilha como lugar de exílio após a guerra.
- Em 1974, após um golpe de estado em Portugal, a Madeira recebe o estatuto de território autónomo.
- Em 1986, Portugal entra na CEE e a Madeira junta-se por consequência a actual União Europeia.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Aeroporto Internacional da Madeira
(fotos tiradas da net)
A primeira tentativa para chegar a Madeira por ar, foi efectuada na clandestinidade pelo Tenente Sarmento de Beires, do Grupo de Esquadrilhas de Aviação República. O avião escolhido por este foi um Breguet XIV A2. Todos os preparativos para a viagem fazem-se quase em segredo. Este antigo bombardeiro não tinha autonomia suficiente para percorrer os 900 Km . Para contornar esta limitação, adaptaram-lhe um depósito suplementar para que este tivesse uma autonomia de sete a oito horas, quando a duração estimada era de cinco horas e meia. Embora o aparelho ideal para esta viagem fosse um hidroavião, essa hipótese era posta de parte, pois o exército não disponha de um. Como o Breguet era um avião de rodas, havia a necessidade de escolher um local para aterrar. Depois de alguns estudos da topografia, a solução avançada foi o Paul da Serra.
Finalmente no dia 18 de Outubro de 1920, Brito Pais e Sarmento de Beires, "montados" no recém baptizado "Cavaleiro Negro", descolam pelas dez horas com o céu limpo. Para se orientarem utilizam os navios como ponto de referência. Por volta das catorze horas, aparecem as nuvens e o rumo é corrigido. Passaram algumas horas a tentar encontrar o Arquipélago da Madeira. Passadas oito horas decidem amarar junto a um cargueiro inglês, que os socorre. Estavam a 500 km da Madeira.
Efectivamente a primeira ligação com a Madeira foi efectuada por Gago Coutinho. Esta serviria para testar métodos para a grande viagem transoceânica que planeava empreender: A Travessia do Atlântico Sul.
O avião escolhido foi um Felixtowe da Aviação Naval. Este avião tinha uma autonomia máxima de 510 milhas . Todavia a distancia a percorrer até a Madeira era de 530 milhas . A viagem só era possível com base num rigoroso planejamento e contando com vento favorável de norte.
Em 22 de Março de 1921, as condições eram favoráveis e o avião descola da Trafaria, com 3800 libras , chegando ao Porto Santo seis horas e vinte minutos depois. Desta forma simples, é realizada a primeira viagem aérea ao Arquipélago da Madeira.
Só em 1945, quando todos os países europeus já tinham assegurado ligações aéreas entre as diferentes parcelas dos seus territórios, é que Portugal, por proposta de Humberto Delgado, cria a Secção do Transporte Aéreo. Esta antecessora da TAP, que detinha o monopólio dos transportes aéreos nacionais, abriu mão do percurso Lisboa-Funchal, por não dispor de um hidroavião e por não existirem na Madeira infra-estruturas adequadas para os seus aviões. Esta, estava equipada com 8 Dakotas e 4 Skymasters e outros tantos aviões de guerra, e começou a operar em 1946 entre Lisboa, Luanda e Lourenço Marques.
É somente em 1949 que se estabelecem as primeiras ligações regulares de hidroaviões entre Southampton, Lisboa e Funchal, pelas mãos da Companhia Aquila Airways.
Esta empresa iria terminar os seus voos para a Madeira em 1958 por razões financeiras. Nesse mesmo ano uma nova companhia, a ARTOP-Aero-Topográfica, Ltda., anuncia a sua operação de transporte entre Lisboa e Funchal, tendo a seu serviço dois hidroaviões bimotores Martin-Mariner adaptados para estas viagens. Depois de alguns voos, esta companhia encerrou todas as viagens entre Lisboa e Funchal, por causa de um acidente ocorrido com um hidroavião, baptizado por Porto Santo na sua viagem inaugural a Madeira, no dia 9 de Novembro de 1952. Este desapareceu no Atlântico uma hora depois de ter descolado.
Assim, a Madeira fica novamente sem transportes aéreos directos até 1964, data em que se inauguraria o Aeroporto de Santa Catarina.
Desde 1944 que vinha sendo estudada a construção de um aeroporto na Ilha da Madeira. Vários locais foram analisados, entre os quais destacam-se São Martinho, São Lourenço, Paul da Serra, Santa Catarina e outros. Só em 1956, depois de enormes pressões por parte da opinião pública madeirense, são seleccionados os locais de Santa Catarina, Paul da Serra e São Lourenço, tendo a escolha recaído sobre o primeiro.
É em 29 de Agosto de 1960 que o Ministro Carlos Ribeiro anuncia oficialmente a decisão da construção do Aeroporto de Santa Catarina. São abertas as propostas das firmas concorrentes, sendo a Construtora Tâmega, Ltda., a firma escolhida, com um orçamento de 69 942 455$50 e com um prazo de conclusão de 700 dias. É de salientar que foi esta mesma empresa que construiu o Aeroporto do Porto Santo, por cerca de 96 mil contos.
No dia 8 de Julho de 1964, o Super Constellation da TAP, aterra pelas 11 horas e 24 minutos, transportando uma larga comitiva de convidados, onde se destaca o Presidente da TAP, Eng. Vaz Pinto. Na cerimónia de inauguração também estava o Presidente Américo Thomaz. A partir desse dia o sonho de todos os madeirenses estava realizado.
Um dramático acidente ocorrido com um Boeing 727 da TAP, numa noite de temporal do dia 19 de Novembro de 1977, este despista-se em Santa Catarina com 156 passageiros e 5 tripulantes a bordo, fazendo 106 vitimas. Toda a população madeirense e não só, fica em estado de choque. Por causa deste acidente todos os esforços são efectuados para um aumento da actual pista.
Depois de estudos efectuados pelo Prof. Edgar Cardoso, as obras começam em 1982. Embora este aumento possa parecer pouco significativo, vem permitir a sua utilização por quase todo o tipo de aviões de médio curso, com as devidas limitações conhecidas. A inauguração deu-se no dia 1 de Fevereiro de 1986.
No dia 12 de Dezembro de 1994, é assinado o primeiro contracto de empreitada, que compreendia uma ampliação para 2336 metros , um aumento do estacionamento de aeronaves para 14 posições, das quais 2 wide-bodies e a construção de parques e novos acessos automóveis. A este contracto seguiram-se, em 1997 e 1999, assinaram-se os contractos correspondentes às empreitadas de ampliação da pista para a sua versão final (2781 metros ), e o novo terminal de passageiros.
Depois da inauguração, o Aeroporto de Santa Catarina, passou a ter o nome de Aeroporto Internacional da Madeira.
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Maximiano de Sousa
A ele se devem êxitos como Noites da Madeira, Bailinho da Madeira ou A Mula da Cooperativa. E nada faria prever que este jovem madeirense, que sonhava ser barbeiro e fora alfaiate, viria a ser um dos mais populares artistas portugueses.
Maximiano de Sousa, de todos conhecido como Max, era madeirense, nascido no Funchal em 1918. Foi aí que iniciou a sua carreira artística. Sonhara ser barbeiro e violinista, tinha ouvido para a música mas pouca paciência para aprender o solfejo, e acabou por aprender o ofício de alfaiate.
Contudo, o bichinho da música que sempre tivera tornou-se numa carreira em 1936, quando começa a actuar no bar de um hotel do Funchal: cantor à noite, alfaiate de dia. Em 1942, é um dos fundadores - como cantor e baterista - do Conjunto de Tony Amaral, que se torna numa sensação nas noites madeirenses e que, em 1946, vem conquistar Lisboa.
O trabalho é muito e o conjunto assenta arraiais no night-club Nina, interpretando os ritmos do momento - boleros, slows, fados-canções. E é o Fado Mayerúe de Armandinho e Linhares Barbosa, mais conhecido como Não Digas Mal Dela, que populariza a voz de Max e leva à sua saída do Conjunto de Tony Amaral, iniciando finalmente a carreira a solo que desejava em 1948.
Agora actuando sozinho, Max dispara para o estrelato através da rádio e das suas presenças no Passatempo APA do Rádio Clube Português, em parceria com Humberto Madeira. Em 1949, assina contrato com a Valentim de Carvalho e grava o seu primeiro disco: um 78 rotações com Noites da Madeira e Bailinho da Madeira. É o primeiro de uma longalista de sucessos como A Mula da Cooperativa, Porto Santo, 31 ou Sinal da Cruz. Em entrevista ao jornal Se7e, em 1978, referia que eram os discos que lhe davam mais dinheiro, pois "os direitos de autor estavam sempre a pingar".
Depois da rádio, Max conquistao teatro, participando a convite de Eugênio Salvador na revista Saias Curtas, em 1952. Será apenas a primeira de uma longa série de revistas que confirmarão também os seus dotes de actor e humorista.
Em 1957, parte para os EUA para uma digressão de cinco anos interrompida por uma súbita doença de coração ao fim de dois. Viajará em seguida por Angola, Moçambique, África do Sul,Brasil e Argentina. Regressado a Portugal, embora continue a ser um dos artistas mais queridos do público, encontrará alguma dificuldade de trabalho ,sobrevivendo à conta dos discos que continuava a gravar. Um dos seus maiores êxitos surgirá aliás neste período, Pomba Branca. Faleceu em 1980.
Nossa Senhora do Calhau
Na capitania do Funchal começou a povoação junto ao mar, adensando-se pelas margens das ribeiras. A parte baixa, constituída por terrenos de arrasto, modificou-se com as cheias, sendo conquistado às inundações, sofreando-se as águas a esbravar as margens, pelo corregimento a uma directriz no seu curso.
Assim nas abas de recosto, mas a seguro no extenso vale, se estabeleceram as principais vivendas, começando Zarco por habitar o socalco de Santa Catarina, depois o chão abrigado de S. Paulo subindo daí o arrife, veio pousar vistoso taboleiro, onde hoje se chama as Cruzes, sitio depois, de mais acabada habitação.
Na margem esquerda da ribeira que tem o nome do seu companheiro João Gomes, escolheu um assentado mais baixo, defendido do mar, á foz, por grosso calhau, para edificar uma igreja a N.ª Senhora da Natividade, que pelo local pedregoso, então a gente do povo lhe chamou N.ª Senhora do Calhau.
No toco da rocha de sua morada alta, mandou também Zarco construir uma ermida à Mãe de Deus, N.ª Senhora da Conceição, que ao tempo se chamou de N.ª Senhora de Cima em contraste com a N.ª Senhora de Baixo, que embora não fosse d Conceição, muitas vezes é assim denominada.
As funções sacerdotais no começo da povoação foram exercidas pelos franciscanos que os descobridores trouxeram na sua barca, naufragados no Porto Santo, a leste, que ficou sendo o Porto dos Frades, quando estes se destinavam as Canárias, e como as Ilhas foram doadas á Ordem de Cristo, providenciou assim o Dom Prior de Tomar, na sua jurisdição, referente ao espiritual, que viessem para a Madeira, onde exerciam as funções do culto.
A primeira igreja construída no Funchal foi a de N.ª Senhora do Calhau. O templo orientava-se leste-oeste, tendo suas portas ogivais: a principal abrindo ao poente, e a lateral ao sul. Uma torre quadrangular se erguia no ângulo sudeste e elevava-se a um eirado donde se erguera a torre dos sinos rematada em zimbório, talhado em forma de pião invertido.
Na capela-mor existiu um quadro a óleo, representando a geração de N.ª Sra., por isso supomos que o orago fosse N.ª Sra. Da Natividade, embora se chamasse N.ª Sra. Da Conceição de baixo ou N.ª Sra. Do Calhau.
Do lado da epístola ficava a capela do Espírito Santo fundada por Afonso Correia, ali sepultado em 1490. Esta capela foi depois consagrada ao Santíssimo Sacramento. Em 1772, era seu administrador António Correia Bettencourt Henriques. À Confraria do SS. Sacramento pertenciam as pessoas mais distintas do Funchal.
Tinha mais as seguintes capelas com rendas deixadas pelos fundadores, a saber: Santo António de Lisboa, de grande devoção; S. Nicolau, Bispo; e Chagas de Cristo.
Do lado do Evangelho, ficava a capela de N.ª Sra. Do Rosário e a de Sta. Barbara.
Em 1476, era vigário na Igreja do Calhau, o P. Fr. Nuno Gonçalves demasiado ríspido e exigente nas suas prerrogativas, pelo que, o donatário do Funchal, vendo o povo mal contente e queixoso fez baixar a carta de suspensão das suas funções, mandando-as entregar ao novo vigário Fr. Nuno Cão que trouxe capítulos para passar certidão aos beneficiados e examinar as capelas de capa de prata assim chamados os encarregados das missas pelo Infante D. Henrique.
Nesta igreja de N.ª Sra. do Calhau, primeira paróquia do Funchal, se realizavam todos os actos do culto e as cerimónias da Semana Santa e onde se armava o Tumulo do Senhor que era visitado em 6ª feira da Paixão.
Aos Domingos, depois da missa, falava Zarco a sua gente, à porta oriental que era a principal, ornada com três arcos de cantaria que sustentavam o coro, e ali lia as ordens recebidas do mestrado e administrava Justiça, ouvindo as razões expostas.
Crescendo a povoação com honrada gente e muito trato aprouve a D. Manuel I elevar a vila do Funchal à categoria de cidade em 1508 e seis anos depois, o Papa Leão X criou o primeiro bispado das descobertas sendo Fr. Nuno Cão elevado a deão da Sé, continuando no entanto com a dignidade de vigário de N.ª Sra. Do Calhau. Em 1558 foi o Funchal dividido em 2 freguesias. N.ª Sra. do Calhau e Sé.
Em 1556 foi criada a freguesia de S. Pedro e S. Paulo, extinta em 1579 e restaurada em 1589, com a invocação de S. Pedro, com a sede onde hoje está.
A vila do Funchal tem o seu centro no bairro oriental em cujo extremo, chamado o Cabo do Calhau, fica ainda a capela de S. Pedro Gonçalves Telmo chamada agora Capela do Corpo Santo. A antiga rua da Boa Viagem recorda aos estaleiros e as empresas marítimas onde se faziam bateis e caravelões.
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